quinta-feira, 9 de dezembro de 2010



Hoje eu acordei sem saber ao certo onde estava. Acordei sem saber que dia ou que horas eram, e sem fazer a mínima questão de saber. Acordei entregando-me por completo ao esquecimento. Acordei sem saber o que fazia aqui. Acordei sem acordar, talvez em outro mundo. Talvez entre folhas douradas nas árvores e nuvens rosas no céu de tempestade, deitada na grama do doce jardim da amnésia. Eu nem lembro meu nome. Não lembro quem sou, e essa sensação é agradável. Parabolas, metáforas que me fazem sorrir. Lábios que me tocam e prolongam o meu esquecimento. Será tudo um simples sonho? Não, não é sonho. E se for, não quero acordar. Não quero lembrar do que existe lá fora. Quero continuar aqui, onde posso voar. Eu voei longe, sem sair do lugar, e continuo voando.