quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Desabafo anônimo... Ou não.


Desde o final de setembro tudo mudou muito. As coisas ficaram mais difíceis e tomaram uma proporção muito maior que me deixou perdida.
Eu acho que estava bem, apesar de estar sem uma base eu conseguia manter a força e continuar de pé. Mas foi só vir um vento e tudo desabou. Não devo depositar a culpa em algo quando na verdade eu me deixei cair.
Outubro... tristes lembranças de uma primavera sem flores. Eu andava dispersa e quando me dei conta já havia me apaixonado. Só eu sei o quanto pareceu real pra mim, porque de alguma forma os sonhos dentro de você são uma realidade incontestável, e como dizer que algo capaz de mudá-los não é real? Ao menos da minha parte foi.
Eu me sentia tão segura! Tudo parecia certo, estava planejado, eu acreditava. Acreditar em nós era acreditar na vida. Sempre acreditei em nós, sempre coloquei minhas forças nele e em nosso belo futuro. Qualquer problema era fácil de resolver desde que estivéssemos juntos. Não havia tempestade ou tempo difícil, só existia amor. Era o que de fato importava, mas houveram alguns erros de cálculo e o resultado foi fatal. Pode-se dizer que por sorte as coisas permaneceram, ou ao menos os vestígios delas. E aí eu passei a viver com o que restou de mim.
Em setembro já havia começado uma guerra que me deixaria vulnerável a ponto de me apaixonar no mês seguinte. É difícil continuar sorrindo quando a sua casa parece um campo de batalhas. É difícil tocar as feridas mesmo que seja pra fazer curativos.

Novembro... Mês de tentar descobrir que o sol continuava a brilhar mesmo com tanta chuva.
Junto com dezembro foram os cortes, o sangue, o álcool, a dor. Drogas e beijos perdidos. Rápida alegria escondida na angustia. Dezembro era mesmo o fim, o mais perto da morte.

Agora é janeiro, você só se dá conta quem sobreviveu quando o meio do mês chega e você conseguiu afogar os erros. Talvez você precise de um perda, do silêncio, da solidão ou só do tempo, mas é gratificante ver que a vida continua e que ainda existem chances.