sábado, 23 de julho de 2011

Simple girl.


Ela tinha uma forma muito única de viver e sentir as coisas. Era algo só dela, não se via em mais ninguém. Aquela loucura por tudo o que não se pode tocar era fascinante. Os melhores momentos que ela tinha se resumiam no ponto mais alto da cidade e a vista que aquilo tudo proporcionava. Colecionava cartas, chaveiros, palhetas e fotografias. Subia em árvores durante o verão; se escondia no porão durante o inverno. Costumava subir no telhado e observar as pessoas que pareciam formigas olhando lá de cima. Era uma pessoa, só mais uma pessoa que gostava de tomar chocolate quente e andava com várias blusas de frio quando o tempo esfriava, mas não podia perder a chance de tomar um sorvete na pracinha ou caminhar no parque em uma tarde ensolarada. Tinha também coleções de traumas e decepções em sua pequena bagagem, levara segredos com ela durante anos de sua vida até finalmente conseguir conversar. É que ter segredos faz parte de suas características, isolar-se faz parte do que é. - Não é que ela não goste de conhecer pessoas - Ao contrário, é incrível ver novos sorrisos, mas ela estava acomodada com um simples: "Tudo bem, deixa pra lá." Afinal, quem se esforçaria pra entender? Quem é que se importaria? Na verdade, nem mesmo ela se importa. Vamos guardar as relíquias e enterrar no amanhã, talvez um dia, tornem-se úteis.