terça-feira, 20 de setembro de 2011

Não entendo...

"Eu não entendo. Não entendo seus segredos, não entendo quando é rude, não entendo quando tenta ser legal. Não entendo por que um dia você me amaria, e se for amor, não entendo por que teria fim. Não entendo o por que daquela música que você canta pra mim. Não entendo por que acreditamos em mentiras, não entendo por que se afasta e não entendo por que sofro. Há tempos já não entendo tanto mal entendido."

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O violinista


De que me vale ter uma plateia a me aplaudir, se não tenho sua atenção?
De que me vale tocar as notas mais bonitas, se você jamais as ouvirá?
Pra que me serviria tanta inspiração se aquela para quem meu coração deseja oferecer melodias, já não me vê passar?
Hoje somos eu e meu violino cantando em tom fúnebre, tal como meu espírito tornou-se.
São apenas partituras regadas por lágrimas que insistem em chamar de música. É toda a minha dor codificada em uma triste clave de sol.

Incurável

Convença-me de minha loucura,
porque talvez exista uma estrada rumo à sanidade.

Convença-me que é um sonho,
sem perspectiva de tornar-se real
Mero devaneio.

Convença-me que estou doente!
Convença-me de que há remédio e mostre-me a saída.

Que houvesse enfermidade
Que o hospício me aguardasse
Ou que do sono eu despertasse!
Antes fosse...
É tão somente amor.
Amor desmedido
Incondicional
Eterno

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Sem direção.

Desliza o carro pela pista molhada de tempestade que vem e atinge o solo com fúria. Quão cruel agora me parece o contato entre chuva e estrada! Como um casal que por ciúme briga e grita. No interior do carro apenas o silêncio e a grande confusão mental. Em seu rosto ainda é possível ver a angustia de quem quer fugir, mas não sabe pra onde ir. São seus pés que agora descontam tamanho desgosto no acelerador. 130km/h, indica o ponteiro.
Qual foi a última vez que você teve certeza de algo? Já não se lembra de nada concreto, de nada que tenha controle. Nenhuma glória para recordar, apenas medo e tumulto incessante em sua mente. Seus olhos inundados já encobrem sua visão, a ponto de ver apenas borrões no que deveriam ser carros. 150km/h.
E a insônia da noite passada? O som da respiração parecia mais alto que o comum, juntando-se ao tic tac do relógio. Por volta das 4 da madrugada, os pássaros começam a cantar, mas nenhum pensamento que seja ao menos aceitável lhe passou pela cabeça. Vozes, malditas vozes! São só as velhas preocupações, os velhos problemas. Tem sido assim desde o último adeus. Ah, se o tempo voltasse! Morrer afogando-se é uma forma bem dura de partir. O oceano de desgraças e traumas em que tens se perdido é o mesmo que aparentava ser só um mar bonito em uma praia qualquer. Foram mais mentiras pra sua coleção de decepções. Mais um quadro pra pendurar na parede do seu quarto e expor toda a sua vergonha.
Mas sobre o futuro, não lhe aparecia uma vírgula no campo vasto de seu consciente. Nem uma palavra sequer. Nada. Parecia vazio, tanto quanto havia se tornado. Mas que futuro? Que amanhã se colocastes fogo na estrada do passado e ignoras o teu presente?

E quando o carro foi encontrado, constava: 200km/h e um trajeto repleto de anseios, mas sem nenhum amor que conduzisse a algum lugar.