sábado, 14 de julho de 2012

você entende.

Em silêncio agridoce 
em choro que não se contém 
em sorrisos internos 
em canções que fluem por si mesmas
ao sol de seu olhar
junto à paz de seu sorriso 
em cada toque
ou longe deles
entregue ao abraço 
ou entregue às memórias 
protelei 
guardei as palavras cortando-as em verso 
pra assim dizer, 
te amo

quinta-feira, 1 de março de 2012

Pra lembrar que a vida é fragil

Permita-me encostar um pouco
usar teu ombro como apoio
e assim
quase sem querer
cochilo

A mente antes inquieta poe-se em silêncio,
lenço de seda que cobre o teu rosto
são risos que escondem teu choro
tão solitário

Voa aqui por perto, borboleta
em tom anil
conforta-me a dor
dispensa o desdém do ontem
prenda-me ao teu presente
tão presente
és meu presente...

o futuro é inconstante como as fases da lua
guarde
a vida, a força e o tempo
porque o tempo é borboleta
e voa também

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Incurável

Convença-me de minha loucura,
porque talvez exista uma estrada rumo à sanidade.

Convença-me que é um sonho,
sem perspectiva de tornar-se real
Mero devaneio.

Convença-me que estou doente!
Convença-me de que há remédio e mostre-me a saída.

Que houvesse enfermidade
Que o hospício me aguardasse
Ou que do sono eu despertasse!
Antes fosse...
É tão somente amor.
Amor desmedido
Incondicional
Eterno

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Cinzas ao vento

Enquanto encaro o espelho, vejo-me como um trapo
Pano qualquer em um simples remendo desgasto com o tempo;
Escasso, velho, tecido qualquer.

São cinzas ao vento de fumo tragado por um povo amargo
E de tão pouco amado, entorpecido tornou-se.
Esquecido, massacrado, sujo, insano.

Folhas rasgadas nas quais choro as magoas por quem nunca me amou.
Vida ingrata! Pudera eu matar a distancia entre a dor do meu pranto e a beleza do teu canto!
Agora, limito-me a sonhar.

E as flores jogadas pelo caminho traçam teu rumo
Jornada ao paraíso em que vive sem mim.
Se ao menos lembrasses do tempo em que me amastes,
Memórias que guardastes em algum coração.

Somos cinzas ao vento de fumo tragado por um povo amargo
E tão pouco amado que entorpecido tornou-se.
Somos lágrimas de quem um dia se atrevera a matar o sonho.
Era uma vez uma moça bonita, uma rosa e um tímido rapaz risonho.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Passagem. (Ou Manual de Vida, como prefiro chamar.)


Talvez algum dia você acorde com uma ligeira vontade de deixar que o tempo passe por você, como faz o vento em um dia de chuva. Às vezes o desejo de que a vida te leve seja maior do que o de guiá-la. Às vezes você quer ficar deitado pra ver se assim as coisas não chegam até você, como se a cama e por debaixo das suas cobertas houvesse o lugar mais seguro e a melhor fortaleza. Mas no fundo do seu coração a vida pulsa, o despertar tem que ser maior do que a inércia de um não querer. Mesmo quando as pernas não te derem força suficiente e mesmo que de alguma forma alguém ou alguma situação insista em tirar tudo aquilo que te traz um sorriso, resista.
Vale a pena respirar fundo de novo, por o pé pra fora de casa de novo, ver o céu e perceber como o azul dele é tão distinto de qualquer outro azul que você pode ter visto na vida e saiba... Você nunca verá um igual, nem quando o mar se une ao céu num horizonte montado pelo momento. O azul do céu é aquele mesmo da visão de uma possibilidade. Da possibilidade de um novo dia. Acordar um dia após o outro não é uma simples coincidencia biológica, é uma chance, todos os dias que você abre os olhos e levanta a cabeça do travesseiro é mais uma chance pra fazer da sua vida o que você realmente quer. Todo novo dia é uma nova vida, é uma que nasce ou renasce. Aprenda nesses dias, como se fossem matérias de uma escola, aprenda a viver e aprenda a aprender. Seja humilde, admita que mesmo que já tenha visto tantos dias ainda não sabe de tudo que pode acontecer, nunca desista, lute até o fim e quando estiver quase sem forças, finja de morto. Ganhe tempo e volte como no começo da batalha. Em uma guerra certas vezes é necessário recuar para vencer, esperar, planejar e conquistar. Cuide do seu coração, saiba amar, saiba sofrer, saiba cultivar. Amores são como vinho, não se esqueça: Quanto mais velho tão mais amor. Apaixone-se e deixe-se queimar, e quando a chama apagar saiba curar as feridas que o fogo causou, saiba também que o tempo é o melhor aliado de um coração partido e o melhor parceiro para novos amores. Tenha paciência, saiba provar os sabores da vida com calma e entenda... Nem sempre as pessoas vão compreender as suas ideias, saiba aí então respeitar. Às vezes o silêncio ajuda na reflexão sua e dos outros. Lembre-se: A união de ideias constrói, a discussão corrói. Eu sou pequeno, eu admito que não sei nem mesmo quem sou com os poucos dias que eu já passei, não me arrependo das horas que gastei na minha vida e como uma criança ainda espero com esperança, como um sorriso inesperado pelo que a vida ainda tem a oferecer. Esteja aberto, abra os braços para o amanha e ponha os pés no hoje. Caminhe e divirta-se nessa viagem, na vida estamos todos de passagem.


Autor: Ricardo Artur M. Castelli.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Sei lá...



Hoje você é um fantasma que às vezes volta e assombra a minha mente. É como algodão doce embebido em veneno, como um livro inacabado, mas que certamente teria um fim trágico. É como um pequeno lago de água gelada. É um código indecifrável. Uma triste canção infindável, cheia de agudos cortantes e ásperos tons graves. Eu não posso entender... Por que vendeste a tua alma por tão pouco? Em que rumo o teu sorriso se perdeu? Você costumava ver a vida com paixão, e o teu olhar era repleto de inocência, mas hoje, o vejo partido como louça fina que cai por acidente e se quebra. Eu nunca compreendi a tua mente conturbada. Talvez as migalhas de amor dentro de ti, se encontrem com a tua frieza e loucura. E assim juntem-se num beijo desesperado de saudade.