sexta-feira, 22 de abril de 2011

Cinzas ao vento

Enquanto encaro o espelho, vejo-me como um trapo
Pano qualquer em um simples remendo desgasto com o tempo;
Escasso, velho, tecido qualquer.

São cinzas ao vento de fumo tragado por um povo amargo
E de tão pouco amado, entorpecido tornou-se.
Esquecido, massacrado, sujo, insano.

Folhas rasgadas nas quais choro as magoas por quem nunca me amou.
Vida ingrata! Pudera eu matar a distancia entre a dor do meu pranto e a beleza do teu canto!
Agora, limito-me a sonhar.

E as flores jogadas pelo caminho traçam teu rumo
Jornada ao paraíso em que vive sem mim.
Se ao menos lembrasses do tempo em que me amastes,
Memórias que guardastes em algum coração.

Somos cinzas ao vento de fumo tragado por um povo amargo
E tão pouco amado que entorpecido tornou-se.
Somos lágrimas de quem um dia se atrevera a matar o sonho.
Era uma vez uma moça bonita, uma rosa e um tímido rapaz risonho.